O Clube da Leitura de Jane Austen.

Jocelyn é uma criadora de cães que vive uma vida solitária. Prudie é uma professora de francês frustrada com o marido. Sylvia acaba de descobrir que o marido tem um caso e pediu o divórcio. Allegra, filha de Sylvia, é uma jovem lésbica que vive a vida intensamente. Bernadette é uma mulher madura, de bem com a vida que já foi casada diversas vezes. Cinco mulheres muito diferentes mas que são unidas por laços de amizade e Jane Austen. Por sugestão de Bernadette elas resolvem criar um clube da leitura dos livros de Jane Austen, lendo um livro a cada mês e marcando encontros para discuti-los. Quando Jocelyn conhece Grigg, um nerd aficionado por livros de ficção científica, ela acha que ele é perfeito para animar Sylvia e o convida para o clube do livro. Ele nunca leu Jane Austen, mas como está interessado em Jocelyn, decide aceitar o convite.

Eu assisti a esse filme antes de me apaixonar por Jane Austen, e não dei muita importância na época. Mas quando eu assisti depois de ter lido todos os livros que eles citam no filme a coisa mudou de figura. Eu simplesmente amo esse filme, já perdi a conta de quantas vezes eu já assisti. O ponto alto do filme é o Grigg, não só porque o Hugh Dancy é muito fofo, mas porque incluir a perspectiva de um homem para os livros de Jane Austen tornou o filme muito mais interessante. Adoro a cena quando ele chega para o primeiro encontro e pergunta se os livros são sequências, ou quando ele compara Mansfield Park com O Império Contra-Ataca. O filme também me ganha nos comentários espirituosos de Bernadette. Ela é como se fosse a matriarca do grupo e sempre tem algo interessante a dizer. Aliás, eu concordo com todas as opiniões dela, e adoro o jeito dela, sempre de bem com a vida.

Nos bônus do DVD o diretor explica como cada personagem se relaciona com algum personagem de Jane Austen. Bernadette representa a Sra. Gardiner em Orgulho e Preconceito, Sylvia é Fanny Price em Mansfield Park, Jocelyn é a personagem título de Emma, Prudie é similar à Anne Elliot em Persuasão, Allegra é como Marianne em Razão e Sensibilidade, e Grigg representa todos os personagens masculinos mal-compreendidos.

O final é um pouco forçado, um pouco feliz demais para os meus padrões. Eu não perdoaria Daniel se fosse a Sylvia, por mais bem escrita que fosse aquela carta. E não gosto da maneira como a Prudie explica o livro Persuasão para o marido; É sobre essas duas pessoas que costumavam se amar. E elas não se amam mais. E é sobre como eles procuram persuadir-se a tentarem mais uma vez…’ Que parte de ‘I have love none but you…’ (sorry mas em inglês é mais bonito) ela não entendeu?

O roteiro do filme foi baseado no livro The Jane Austen Book Club de Karen Joy Fowler. Eu ainda não li o livro, mas por algumas críticas que li é muito superior ao filme, mas vou guardar a minha opinião para quando realmente ler.


11 Comentários on “O Clube da Leitura de Jane Austen.”

  1. Adriana Flores disse:

    Eu vi este filme apenas uma vez e achei legalzinho. Na época só tinha lido Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade.
    Mas agora lendo que o direitor relaciona cada personagem com os livros, me lembrei mais ou menos dos personagens e posso perceber a conexão.
    Na época nem tinha como fazer isso, pois eu não conhecia as outras heroinas de Jane.
    Me deu uma vontade louca de ver este filme!!!
    Vou baixá-lo imediatamente!

    • A única relação de personagem do filme e de Jane Austen que não achei muito correta é entre Prudie e Anne Elliot.
      Aquela Prudie é um pé no saco, sempre se queixando do marido, da mãe e sem falar no caso com um aluno. Gosto muito de Anne Elliot, gosto mais dela do que Elizabeth Bennet para falar a verdade. O único defeito grave dela é excesso de altruísmo.
      Assistir ao filme conhecendo os livros é totalmente diferente. Além de entender do que eles estão falando você pode comparar as suas opiniões com as deles.

      • Adriana Flores disse:

        Vou prestar atenção em Prudie.
        Sério que vc gosta mais de Anne Elliot?? Eu jurava que era Elizabeth!!
        Como todo mundo coloca Elizabeth em mais evidência que as outras, eu sempre acho que é dela que mais gostam….
        Eu gosto muito de Anne (apesar de querer dar umas palmadas nela as vezes), mas eu adoro Elizabeth!
        Em contra partida, eu ODEIO MORTALMENTE EMMA WOODHOUSE!!!
        Ela é uma meninina metida, atrevida, intrometida e arrogante! não merecia o Mr. Knightley.
        Durante todo o livro torci contra,.. 😛

      • Eu gosto da Elizabeth Bennet, mas meu amor por Orgulho e Preconceito tem mais a ver com Darcy do que com ela. Muita gente acha que a Anne Elliot é meio songa-monga mas de todas as heroínas de Jane Austen eu me identifico mais com ela, talvez porque me identifique mais com a situação dela… 😦 Mas gostaria de ser auto-confiante como Elizabeth.
        É bem como dizem nesse filme. Elizabeth Bennet seria eleita a Rainha do baile porque ela é a mais popular.
        Quanto à Emma, realmente… ela é muito sem noção.

  2. Verena disse:

    Ah eu gosto da Emma, ela é sem noção mas tem uma auto confiança de dar inveja em qualquer um e a personalidade dela melhora com o tempo, claro que depois de muito quebrar a cara. Agora quem eu não suporto além da Fanny Price é a Marianne Dashwood…Ohhhh menina chata. HUAHUAHAUHUA

  3. Luene Petris disse:

    Amei esse filme!! É cm vc disse, vc acaba comparando suas opiniões a respeito dos livros com as opiniões deles e o Grigg é um fofo! Não é todo homem q se dispõe a ler Jane Austen para agradar uma mulher, ainda mais todos os livros, hehehehe

  4. Luciana disse:

    Nossa, adorei a sua resenha e amo este filme!

    Eu já conhecia a Jane Austen quando vi o filme e fiquei mais encantada ainda.

    Você já viu os extras do DVD? Muito legal! E sem contar do fofo do Hugh Dancy, que está perfeito neste papel.

    Eu me encantei por ele logo de cara, principalmente quando ele tenta impressionar a Jocelyn.

    E confesso que gostei quanto a Sylvia perdoou o Daniel, mas acho que ele deveria ter sofrido mais um pouco.

    Me deu uma vontade enorme de assistir este filme novamente. 🙂

  5. Margareth disse:

    Eu gostei da idéia da Sylvia perdoar o Daniel. Até porque a deixa da Bernadette, sobre não subestimar o poder de uma carta bem escrita, deixa a gente pensando sobre o que havia na carta do Daniel. Me fez lembrar imediatamente da voz do rupert Penry-Jones…”I am half agony, half hope. Tell me not that I am too late, that such precious feelings are gone for ever”… Ah, eu voltaria sim, definitivamente!

    • Ah, talvez eu seja um pouco rancorosa, mas quando envolve traição eu não posso evitar. E o jeito que ele conta para ela da outra? Em um lugar público, morri de pena dela.
      Mas se ela amava ele ainda mesmo depois disso…

  6. Diemy disse:

    Vi este filme e adorei a ideia da história. Adorei especialmente duas coisas: que a história mostrasse que Jane Austen não é apenas uma escritora para mulheres mas que os homens podem aprender muita coisa sobre a inconstância feminina e que as obras de Jane continuam actualizadas e, não importa a fase por que estejamos a viver na nossa vida, ela sempre consegue ajudar. 😀


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