O Amor Nos Tempos do Cólera

Há muito tempo atrás, antes de Jane Austen entrar na minha vida, este era meu livro favorito. Foi o primeiro e único livro do Gabriel Garcia Marquez que eu já li, mas me marcou muito.

Poderia um homem amar uma mulher a ponto de esperar 53 anos por ela? No Caribe em 1880, Florentino Ariza se apaixona por Fermina quando ainda eram adolescentes. É uma paixão totalmente platônica já que o contato entres eles é praticamente inexistente, somente por meio de cartas. Quando o pai dela descobre, manda Firmina para longe, e por dois anos ela e Florentino trocam cartas. Quando ela volta à cidade ela é confrontada com a real imagem do homem que acreditava estar apaixonada, decepcionada ela manda que ele a esqueça.

Algum tempo depois ela conhece o médico Juvenal Urbino, com quem acaba se casando. Mesmo assim Florentino não consegue esquecê-la e passa a vida inteira esperando a morte do marido dela com a esperança de finalmente reconquistá-la. Quando o marido de Firmina finalmente morre mais de cinquenta anos depois, Florentino procura por ela no mesmo dia do enterro de Urbino para declarar seu amor.

Muita gente não consideraria esse livro um romance, e certamente para os termos ‘normais’ de um romance não é. O nosso herói, Florentino Ariza não era um homem sensato para dizer o mínimo, e além disso, ao longo da estória, ele acaba se tornando bastante promíscuo. Enquanto espera por Fermina, ele transa com quase setecentas mulheres, que ele cataloga, fazendo observações sobre cada uma das amantes que coleciona. Supostamente a história foi inspirada pelo romance dos pais do escritor.

A adaptação para o cinema de 2007 é inteiramente fiel ao livro, uma exigência do escritor Gabriel Garcia Marquez para autorizar o uso da obra. O elenco é praticamente uma torre de Babel, com atores de várias nacionalidades: o espanhol Javier Bardem como Florentino Ariza, o americano Benjamin Bratt como Dr. Urbino, o colombiano John Leguizamo como pai de Fermina, e a nossa Fernanda Montenegro como Transito Ariza (mãe de Florentino). Uma da cenas que mais me marcaram no filme é quando Fermina e Florentino se encontram depois de dois anos trocando cartas, ele está cheio de esperança e felicidade pelo reencontro e ela diz para ele: ‘O que existe entre nós não é nada mais do que uma ilusão.’ Um filme nunca substitui um livro, mas quem quiser conhecer a obra pelo caminho mais fácil não sairá perdendo em nada.