Little Dorrit – BBC 2008

Arthur Clennam volta para a Ingleterra depois de 20 anos vivendo na China. Seu pai, no leito de morte, faz à Arthur um pedido misterioso com relação à sua mãe. A mãe dele é um demônio (embora fanática religiosa), e se recusa a dizer à Arthur ao que o pai se referia quando morreu. Mas ele está determinado a descobrir a verdade e cumprir o pedido do pai. É aí que ele conhece a jovem Amy Dorrit, que está trabalhando como costureira para a mãe dele. Como a velha bruxa não é dada a fazer caridades, Arthur começa a desconfiar que a família dele esteja relacionada com a situação da família de Amy. Amy Dorrit nasceu e cresceu na prisão de devedores de Marshalsea, onde o pai dela está preso há mais de 25 anos por conta de dívidas não pagas. Então Arthur começa a fazer tudo que pode para ajudar a família dela e tentar desvendar os mistérios do passado, e Amy acaba se apaixonando por ele.

Mais uma bela adaptação de um clássico de literatura inglesa pela BBC. Tinha como melhorar? Tinha… pelo menos para mim, porque o ator Matthew Macfadyen (meu Mr. Darcy favorito) faz o papel principal, Arthur Clennam. Já assisti outros filmes e séries com o MM, e cheguei à uma conclusão definitiva: ele nasceu para interpretar mocinhos de época.

Arthur é a bondade em pessoa, Amy também, mas o personagem que eu mais gostei foi John Chivery, filho do carcereiro da prisão, que cresceu com Amy e é apaixonado por ela. O coitadinho não tem a menor chance, e mesmo sabendo que ela não ama ele, faz de tudo para ajudá-la. E ele é super-dramático nas declarações dele, é engraçado e de dar pena ao mesmo tempo. O ator que interpreta John é muito bom e a cena abaixo é uma das melhores que eu já vi.

Me envergonho em dizer que nunca li qualquer obra de Charles Dickens, um erro que pretendo corrigir logo. A minissérie tem 14 capítulos, sendo o primeiro e o último de 1 hora de duração, e o restante de 30 minutos. Assisti tudo em duas noites para não perder o ritmo, porque são tantos personagens e tantos mistérios que é fácil se perder. Na verdade, tive que assistir ao final duas vezes, e apelar para o resumo do livro wikipedia para entender bem algumas coisas que não ficaram claras para mim, como o mistério das origens de Amy e Arthur.

Fiquei interessada em ler o livro, mas descobri que a última edição dele em português foi em 1968, e é pouco provável que eu vá encontrar para comprar. Achei em inglês na internet, mas são 871 páginas! Vou ter que estar muito inspirada para ler o livro todo, mas dei uma lida nas últimas 100 páginas para tentar capturar alguns fatos que a série não esclareceu. Fazendo uma breve pesquisa descobri que o pai de Charles Dickens passou alguns anos na prisão de devedores de Marshalsea, e que a história é uma crítica às leis da época, que prendia os devedores, assim impedindo-os de trabalharem para pagar as dívidas.

No fim das contas, a série valeu as oito horas passadas na frente da televisão, e é mais uma obra que vai para minha coleção. Link para baixar: Little Dorrit, segunda opção de download: Little Dorrit

29/04/2011 – Voltei para dizer que nos dois últimos dias já assisti o episódio final de Little Dorrit pelo menos uma quatro vezes e estou amando cada vez mais! Para quem não entendeu a ligação entre Amy e Arthur postei a explicação nos comentários para não dar Spoiler.