Bridget Jones x O&P

Tem gente que não sabe que essa história tem muito a ver com Orgulho & Preconceito. Na verdade até pode ser considerada uma releitura moderna. Ou será que não é evidente que Mark Darcy é a reencarnação moderna do orgulhoso Mr. Darcy? E Daniel Cleaver não seria o sedutor e canalha Mr. Wickham? E aquela mãe da Bridget completamente espalhafatosa e sem noção não é igualzinha a Mrs. Bennet? Na verdade o que menos tem a ver com O&P é a personagem principal, a própria Bridget, já que eu vejo pouca semelhança nela com Elizabeth Bennet.

Nesse caso, quem leu o livro, acha mais fácil de identificar as semelhanças do que quem apenas viu o filme. No livro, a Bridget tem uma obsessão pela série Orgulho e Preconceito de 1995 da BBC, no qual o Collin Firth interpretava o Mr. Darcy (não foi por acaso que ele acabou interpretando Mark Darcy quando o livro virou filme), ela gosta particularmente da cena em que ele mergulha no lago. No segundo livro a Bridget entrevista o Collin Firth, uma parte que eu achei muito engraçada, e ela só fica fazendo perguntas sobre aquela cena do lago, e da camisa molhada. A cena foi cortada do filme por motivos óbvios, afinal no filme Collin é Mark Darcy, e eu acho que ia ficar estranho colocar outro ator para ser ele na entrevista. A cena está nos extras do DVD, mas no livro é mais engraçado.  Abaixo tem o vídeo , mas não tem legenda:

No segundo livro também (que tem muita coisa diferente do livro, exemplo, a tal Rebecca não é lésbica!) tem até uma alusão a outra obra da Jane Austen, Persuasão, pois Darcy escreve uma carta para a Bridget, a descrição da cena lembra perfeitamente a mesma cena em que o Capitão Wentworth escreve a carta para Anne Elliot. Quanto ao Collin Firth (não posso deixar de comentar!), embora não seja o meu Mr. Darcy preferido, ele é o perfeito Mark Darcy. Adoro ele principalmente em Mamma Mia! E Simplesmente Amor. Em B.J. No Limite da Razão, quando Mark fala para Bridget que ele tem as gordurinhas dela em alta estima… que mulher não gostaria de ouvir isso? Ou no primeiro quando ele diz que gosta dela exatamente como ela é… Perfeito!

Pra quem gostou dos filmes mas não leu os livros, deixo aqui minha forte recomendação para que leia, pois é muito mais engraçado e interessante que os filmes (mesmo os filmes sendo muito bons).

Abaixo uma passagem do livro, a Bridget falando do Mark Darcy antes de ser apresentada à ele:

Mark (bela altura), o rico divorciado-da-esposa-cruel, estava de costas para a sala, examinando livros nas estantes dos Alconbury…. Achei um tanto ridículo se chamar Sr. Darcy e ficar sozinho com cara de esnobe numa festa. É como se chamar Heathcliff e insistir em passar a noite inteira no jardim gritando “Cathy” e batendo com a cabeça numa árvore.”

Falando da série de TV:

8h55. Dei uma saidinha para comprar cigarros antes de me preparar para assistir à adaptação do livro Orgulho e Preconceito na BBC. É incrível como as ruas estão cheias de carros. Será que essas pessoas não deviam estar em casa se preparando para ver o programa? Acho ótimo que o país seja tão viciado em tevê. A razão do meu vício, eu sei, é que sinto uma necessidade humana de que Darcy durma com Elizabeth… Elizabeth e Darcy são meus representantes na área do amasso, ou melhor, do galanteio. Nem por isso eu faço questão de vê-los marcando gols: detestaria ver Darcy e Elizabeth na cama, fumando um cigarro depois de transarem. Seria errado e pouco natural e eu logo perderia o interesse pela história. 10h30. Jude acaba de ligar e passamos 20 minutos falando “Uau, aquele Sr. Darcy”. Adoro o jeito dele falar, como se ele não pudesse ser interrompido. Uau! Depois ficamos horas discutindo as qualidades do Sr. Darcy em relação a Mark Darcy e concordamos que o Sr. Darcy era mais atraente porque era mais rude mas, como se trata de um personagem, era uma desvantagem intransponível”


Jane Eyre – Charlotte Brontë

Clássico de Charlotte Brontë. Pena que as irmãs Brontë morreram tão cedo, quem sabe quantos clássicos mais elas teriam escrito? Devo confessar que quando li o resumo do livro no Wikipedia não me interessei muito, achei que não era o ‘meu tipo’ de livro. Então, depois de assistir North & South eu estava inspirada em procurar mais uma adaptação de algum clássico pela BBC, e achei Jane Eyre. Sei que existem diversas adaptações, mas nesse caso me refiro a de 2006 da BBC.

Jane Eyre é a autobiografia ficcional da personagem principal. A história é contada por Jane, órfã de pai e mãe, que vive infeliz na casa de uma tia que a detesta. A tia manda Jane para uma escola, onde conhece os primeiros momentos de felicidade. Após seis anos como aluna e mais dois como professora, decide procurar uma nova posição. Encontra-a em Thornfield Hall, como preceptora da jovem Adèle, protegida de Edward Rochester. Quando finalmente conhece Rochester, ambos se apaixonam.

A história é muito triste e sombria mas consegue ao mesmo tempo ter certo humor. As partes que continham esse humor (tanto no livro quanto na série) estão nas cenas de diálogo entre Jane e o Mr. Rochester. Como quando ele pergunta para ela se ela o acha bonito, e ela responde com uma sinceridade automática: ‘Não, senhor.’ E depois tenta consertar… Aliás pelo que me lembro quase todas as cenas engraçadas faziam alusão à feiura do Mr. Rochester.

Particularmente não acho o ator que interpreta o Mr. Rochester (Toby Stevens) totalmente feio, a cabeleira desgrenhada ajuda a dar um ar mais estranho e obscuro à ele. A Jane, que também é, como define o livro, feia, pequena e obscura, é interpretada por Ruth Wilson, que não é totalmente feia, mas tem uma boca muito estranha.

O livro é perfeito, e esclarece muitas coisas que na série não foram explicadas ou resumidas, tem para baixar no 4shared em português aqui. LinkS para baixar a série: Uk Séries Download – Jane Eyre ou Séries Uk – Jane Eyre

Cena: Jane voltando para o Sr. Rochester.

Está para sair uma nova adaptação para o cinema, com a Mia Wasikowska (Alice no país das maravilhas) no papel de Jane. Se na série que tem 4 episódios de 60 minutos de duração cada, já foi resumida e cortada muita coisa, fico pensando como vão conseguir espremer tudo em 2 horas sem se perder nada no caminho.


Mr. Darcy em 6 versões

  • Elliot Cowan – Lost in Austen – Um Darcy meio caricato, meio exagerado na cara de carrancudo, mas aquela cena dele saindo do lago (essa da foto) me fez perdoar tudo… ai ai ai
  • Martin Henderson – Bride & Prejudice – ele é bonito, isso é inegável, mas não convenceu como Darcy, nem para uma visão moderna dele.
  • Lawrence Olivier – O&P 1940 – oficialmente o primeiro Darcy das telas, muito afetado na minha opinião.
  • Colin Firth – O&P BBC 1995 – O Darcy perfeito, em todos os sentidos, o mais fiel à descrição de Jane Austen.
  • Matthew Macfadyen – O&P 2005 – Meu preferido pessoalmente, ele fez um Darcy mais tímido e menos arrogante. E aqueles olhos azuis, aquela voz… ahammmm
  • David Rintoul – O&P BBC 1980 – De longe o pior de todos. Parece um robô desprovido de qualquer sentimento humano. Achei que ia ter pesadelos depois de assistir essa versão.

Orgulho & Preconceito – 1940 e 1980

Graças a internet, mais precisamente ao Google, consegui achar esse filme para download. Eu pretendo ver todas as adaptações que já foram feitas de Orgulho & Preconceito, e acredito que vi quase todas. Já assisti a minissérie da BBC de 1995, o filme de 2005, Bride & Prejudice (filme de Bollywood), Lost in Austen e recentemente essa versão de 1940 e minissérie de 1980. Tem uma versão de 2003 também, mais voltada para o público teen, em uma releitura ‘moderna’. Se é para modernizar, gostei muito mais do que foi feito com O Diário de Bridget Jones.

A versão de 1940, a primeira feita, é a pior de todas na minha humilde opinião. E não é por ser antiga, não tenho nada contra um filminho preto e branco de vez em quando. E vamos às razões por eu ter ‘odiado’… O figurino não é original da época do livro (1813), eu não consegui identificar muito bem de que época era aquele figurino que eles usaram, mas li no imdb.com que o figurino desse filme foi reaproveitado de O Vento Levou (que se passa na época da Guerra Civil Americana) então quer dizer que eles erraram a mão em uns 50 anos. Eu sei que naquela época os estúdios trabalhavam com orçamentos bem mais modestos para fazerem os filmes e muita coisa era reaproveitada, mas mesmo assim a estética é importante para eu poder entrar na história. Os vestidos eram espalhafatosos, as mulheres pareciam bolos de noiva, com mangas bufantes exageradas e verdadeiras alegorias na cabeça.

O Mr. Darcy de Laurence Olivier é ruim, achei que até fosse o pior de todos antes de eu assistir a de 1980. Ele é canastrão, meio esquisito, e me desculpem pela expressão, parece que tem um guarda-chuva enfiado lá** de tão duro que se move. Ah, e deram à ele um ar meio abobalhado e puxa-saco (mais apropriado para o Bingley). O Darcy original não permitia nem a si mesmo reconhecer que admirava Elizabeth, lutava contra o sentimento, e o desse filme meio que ficava babando em cima dela e jogando charme. Nada, nada a ver com o Darcy… Não costumo ver filmes antigos, e talvez eu esteja falando besteira, pois o modo de interpretação daquela época pode ser diferente, mas ele me pareceu até meio afeminado, ou devo dizer afetado? Também não gostei da Elizabeth Bennet da Greer Garson, achei ela um pouco velha para o papel (ela já tinha 36 anos – Elizabeth era para ter 20 anos), mas como eu costumo não gostar de nenhuma das Elizabeths, nem vou me dar ao trabalho de comentar.

Por último, mas não menos importante, ele mudaram muita coisa da história original. Muito mesmo… Para quem acha que o filme de 2005 mudou muita coisa, vai mudar de idéia se assistir esse. O de 2005 mudou alguns fatos, mas não mudou a essência da história, enquanto esse mudou as partes mais importantes. Vários fatos importantes para o enredo foram mudados: Darcy não escreve a carta contando a verdade sobre Wickham, Elizabeth não visita Pemberley com os tios (aliás os tios nem aparecem), e o pior de tudo, fizeram uma Lady Catherine que, apesar de intragável como a do livro, no fim se revela razoavelmente boazinha e ajuda Darcy com Elizabeth. Mais diferente do original impossível, pois aprecio muito mais o fato dela involuntariamente ter ajudado os dois quanto tentou separá-los! Não, definitivamente não gostei! Prefiro zilhões de vezes a versão de 2005 e a de 1995. Download do filme e da minisérie de 1980 no mesmo torrent neste link.

Abaixo a cena da proposta de casamento, que foi razoavelmente fiel ao livro, e foi o que deu pra salvar.

Essa versão teria sido muito boa se não tivessem errado tanto na escolha do Mr. Darcy. Assim como a versão de 1995 da BBC é quase totalmente fiel ao livro, o que me agrada muito. Não posso culpar o ator que interpretou o Mr. Darcy nessa série, David Rintoul, pois nunca vi nenhum outro trabalho dele, e muito pode ser culpa do diretor, mas esse é o pior Darcy de todos os tempos. Parece um robô, um ser totalmente desprovido de qualquer sentimento humano. Tem umas cenas que é perturbador mesmo. Juro que se um homem olhasse para mim do jeito que ele olha para Elizabeth nessa versão, eu ia ficar com medo! Honestamente, quase preferi não ter visto essa versão, pois me decepcionei. Para quem tiver interesse no torrent postado acima tem as 4 versoes de Orgulho e Preconceito, 1940, 80, 95 e 2005.


Two Shall Become One – Sharon Lathan

Tradução: Dois serão um só.

Mais uma fanfic de Orgulho & Preconceito publicada como livro. Na verdade é uma continuação do filme de 2005, e não do livro em si. Isso fica claro em várias passagens onde são mencionadas cenas do filme, como o encontro  ao amanhecer no final, quando Darcy e Elizabeth finalmente se entendem, uma cena linda mas que não tem nada a ver com o livro. Ah! E o Darcy desse livro tem os olhos azuis, assim como o Matthew Macfadyen…

Foi uma leitura boa, apesar de umas partes bem tediosas em que a autora descrevia do teto ao chão de todos os cômodos de Pemberley, nessas eu quase dormia em cima do computador. E as cenas de amor que o Darcy fica falando toda hora ‘Meu amor, minha esposa, minha querida, meu isso, meu aquilo…’ me deu nos nervos! Fez ele parecer um pouco meloso demais para o meu gosto. Ah, um detalhe meio ridículo, até ri quando li essa: Darcy ainda é virgem quando se casa com Elizabeth (aos 28 anos!). Fora isso foi muito bom, com direito até um duelo de espadas entre o Mr. Darcy e um tal de Lord Orman que tenta se aproveitar de Elizabeth, e acaba quase causando uma tragédia.

Eu baixei um torrent que deve ter uns 20 livros só de sequências e adaptações de O&P, e esse livro e a série da Abigail Reynolds (que eu já postei) são de longe os melhores. Aos poucos quero ler todos, mas tem uns que parecem ser chatos demais.


José Saramago – Parte 3

“Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas já eu teria desistido da vida.”


Wives and Daughters

São 03:00 da manhã e eu acabei de assistir mais uma obra prima da BBC, Wives and Daughters série em 4 episódios baseado no romance de mesmo nome de Elizabeth Gaskell, a mesma autora de North & South. Um trabalho impecável, assim como todas as outras séries da BBC.

Molly Gibson é uma jovem de 17 anos criada pelo pai viúvo de quem é muito próxima. A vida dela muda quando o pai resolve se casar novamente e a madastra acaba se revelando uma mulher fútil, interesseira e invejosa. Molly se apaixona pelo vizinho Roger Hamley, mas ele acaba se apaixonando é pela nova ‘irmã’ dela, Cynthia, filha da madastra. A bela Cynthia apesar de também futil tem uma amizade sincera com Molly, e sem saber dos sentimentos da irmã fica noiva de Roger mesmo não gostando dele.

A história em si não é tão romântica, o mocinho Roger também não é lá essa coisas, e só descobre que ama Molly nos 45 minutos do 2º tempo… Mesmo a assim, como adoradora de romances de época que sou, achei lindo. E também gostei de descobrir muitos rostos conhecidos de outra produção que eu amo de paixão, o filme Orgulho & Preconceito de 2005. Tom Hollander, o hilário Mr. Collins de O&P, no papel de Osborne Hamley; Rosamund Pike, Jane Bennet em O&P como Lady Harriet; e Penelope Wilton, a Sra. Gardiner como a Sra. Hamley. E a atriz que faz o papel de Cynthia, Keeley Hawes tem a sorte de chamar de seu o próprio Mr. Darcy, isto é, Matthew Macfadyen, com quem é casada desde 2004. Nem preciso dizer que inveja isso me dá… Link para baixar: Wives and Daughters

O livro em que foi baseado a série é uma obra inacabada, pois Elizbeth Gaskell morreu antes de concluí-lo. Não li todo ele, só algumas partes, pois é meio frustante ler algo que você sabe que não tem final, mas acredito que o final que eles criaram para a série foi fiel ao restante da história.

Baixei a série por torrent, e a próxima na lista é Cranford, também baseado num romance da Elizabeth Gaskell.


José Saramago – parte 2

“Afinal, há é que ter paciência,
dar tempo ao tempo,
já devíamos ter aprendido,
e de uma vez para sempre,
que o destino tem de fazer muitos rodeios
para chegar a qualquer parte.”